O SER HUMANO, ASSIM COMO O UNIVERSO SÃO CRIAÇÕES IMPRESSIONANTES. JUSTAMENTE POR ISSO, LAMENTAMOS VERIFICAR A SITUAÇÃO EM QUE NOS ENCONTRAMOS HOJE.
Duas realidades nos chamam a atenção: a dinâmica social que mudou por completo em nossa sociedade demonstrando que a família como célula social está doente e o princípio de estabilidade mental que não para de anunciar um aumento estatísticos de diagnosticados em transtornos mentais.
Diante de tal cenário, as famílias que sempre procuram oferecer o que entendem como o melhor em termos de saúde e educação, debatem-se tendo que aceitar conviver com a ineficiência ou insuficiência dos métodos de que dispõem, acusando profissionais e instituições de não fazerem um trabalho, que do ponto de vista desses profissionais e instituições, deveria partir da própria família.
Diante do inevitável, muitos pais recorrem a profissionais especializados que dentro de seus campos de atuação, investigam, estudam e tratam seus pacientes mediante identificação de diagnósticos por eles conhecidos, ou então, esses pais saem em busca de métodos terapêuticos alternativos que apesar das promessas mais atuais e condizentes às dores e sofrimentos desses jovens e de seus dilemas e conflitos, nem sempre alcançam os resultados esperados, apesar de manter a esperança.
Sentir-se melhor após algumas sessões terapêuticas alternativas, nesses casos, não significa ter resolvido a causa do problema que apesar do alívio momentâneo, mais cedo ou mais tarde podem retornar manifestando diferentes sintomas.
Dados mostram que nunca vivemos tão grande índice de frustração e irrealização como no dias atuais. Afinal, o que esperamos de nós e do outro?
Com relação aos adultos, temos uma sociedade acometida de profundas insatisfações, de pessoas irrealizadas, sem grande objetivos, vivenciando crises e conflitos graves e acreditando-se desamadas, além de muito vitimadas por processos psicológicos de autosabotagem que desaguam nas mais variadas patologias. A reação mais comum é procurar compensações imediatas e constantes, como se isso representasse uma solução, e não uma saída provisória. Muitos descontam no trabalho, entendendo que a melhor solução para um problema que não pára de incomodar é recalcá-lo, soterrando-o sob intensa carga de trabalho e compromissos. Uma iniciativa que deixa sempre todos, os que assim procedem, extremamente exaustos, sem tempo para ‘construções novas’ e sobrecarregados de trabalho. Férias e noitadas nos finais de semana passam a ser objetivos sagrados de vida, servindo como contrapeso a uma vida sem harmonia, equilíbrio e felicidade.
E OS DIVÃS LOTADOS DE PACIENTES ABSORVIDOS PELA CRENÇA PERIGOSA DE QUE A VIDA, DESSA FORMA, NÃO VALE O ESFORÇO. TAL PROCESSO CÍCLICO, DOENTIO E TOTALMENTE SEM CONTROLE, ABSORVE ATUALMENTE A MAIORIA DOS ADOLESCENTES E JOVENS ADULTOS, DESEMBOCANDO NOS MAIS VARIADOS SINTOMAS E DIAGNÓSTICOS COMO, POR EXEMPLO, SÍNDROME DE BURNOUT.
Será que apenas mudar de atitude e comportamento é suficiente para aliviar os sintomas e as crises? O que será que levou uma pessoa a assumir essas atitudes e comportamentos que desaguam sempre nos mesmos diagnósticos? Será que tentar falar de causas que ‘desconhecemos’ mudará nossa realidade? Isso importa muito saber.
Nunca se dirigiu tanto recurso para atendimento da saúde do ser humano como atualmente, e nunca o ser humano esteve tão doente ou fragilizado psíquica, emocional e psicologicamente. O que se verifica, é que a quantidade dos acometidos por transtornos aumentou e os métodos terapêuticos disponíveis que lutam bravamente para atender e ajudar, não conseguem dar vazão a tanta demanda ou se deparam com novas e desconhecidas causas desses desajustes.
A grande questão, a qual todos precisamos olhar de perto e com mais atenção e cuidado, é que as ocorrências comuns que fazem parte da vida, que sempre foram no tempo de nossos pais entendidas como aprendizados naturais do processo de crescimento e amadurecimento – perdas, desilusões, frustrações, desamor, solidão, abandono e outros -, e que tinham seus impactos absorvidos e administrados pelo suporte da educação que se recebia, promovem atualmente verdadeiros desastres na estrutura integral do indivíduo. São descargas e impactos emocionais profundos que quando disparados soam um alarme de desestabilidade psíquica que assusta a todos quando vemos nossos alunos ou filhos sem nenhuma condição emocional para lidar com a situações, a nosso ver, até esperadas pela forma como se destratam, descuidam e vivem.
Com necessidades atuais diferentes e a falta de uma educação apropriada que dê direção e aporte adequado e seguro às novas gerações, nossa sociedade fica cada vez mais sem saber em como lidar com essas situações de ‘perdas’ e ‘frustrações’ de crianças e jovens que partem numa busca frenética de alternativas de fugas da realidade através de suicídios, de overdoses de prazer ou de festas e estímulos químicos que lhes alteram o estado de consciência, comprometendo a estabilidade emocional e o o discernimento, diante das dores e dos sofrimentos da própria vida.
Cada vez está mais difícil saber se estamos felizes ou não.
Para muitos jovens, o sofrimento desses conflitos são tão intensos e abissais que, ou não sabem como enfrentá-los ou, por acreditarem não ter solução, não vale o esforço. Quando chegam na fase adulta, cedo ou tarde terão que administrar as consequências daquilo que se tornou um verdadeiro tormento íntimo e que, por sua vez, reclamará reequilíbrio e reeducação para a restituição da própria saúde.
O que está claro é que se um jovem hoje manifesta um quadro de tristeza que comumente se entende por estar na ‘bad’, pode de fato, estar apresentando um sintoma de algo muito mais sério e até com risco à sua própria vida. O assunto requer muita atenção e seriedade pois a própria pessoa pode não estar percebendo o que ocorre com ela, nem tão pouco aqueles com quem convive ou se relaciona. Contudo, o conflito está lá e pode, de uma hora pra outra, eclodir somatizando.
Quando normalmente nos damos conta da situação, corremos em busca de soluções e alternativas emergenciais para diagnósticos de difícil detecção e que já desmontaram o ser por dentro de uma maneira muito complexa e profunda. Quando adversidades comuns e já tão conhecidas de todos começam a definir sintomas com diagnósticos tão delicados, sinalizam a necessidade de uma atuação imediata e mais adequada. De uma metodologia ‘efetiva’, que de fato ajude a dissolver tantos conflitos existenciais, restituindo o equilíbrio psíquico, emocional e psicológico do indivíduo, assim como de sua vontade de viver.
Por conta disso nasceu o UNIVERSOS DO SER. Pois se há questões que precisamos resolver em nós, não importando em qual de nossos universos existenciais, essas questões permanecerão em nós independente de acreditarmos ou não até serem encontradas, abraçadas e trabalhadas com amor, respeito e, acima de tudo, com uma terapêutica apropriada para só então serem dissolvidas pelo próprio paciente.
É importante saber que mesmo a pessoa se livrando de toda compressão psíquica, emocional e física, e usufruindo de todo o alívio e refrigério que tal circunstância oferece a alma, esta não é a tão almejada ideia de felicidade procurada por todos. A conquista desta é outra trajetória, que sabemos trabalhar mas que é muito mais desafiadora para o ‘Ser’.
Se os problemas do mundo fazem parte do mundo, devemos ao menos nos preparar devidamente para enfrentá-los. Nós merecemos esse direito, e nossos jovens e alunos, acima de tudo, merecem muito mais.